8/17/2014

Vítima de injúria no WhatsApp pede prisão do autor

Vítima de injúria no WhatsApp pede prisão do autor


Há 12 dias, a balconista Juliana das Virgens, 28 anos, teve uma foto sua colocada no aplicativo de mensagens de
 celular WhatsApp com um texto dizendo falsamente que ela tem Aids e que estaria com uma agulha furando as
 pessoas pela rua. Para piorar, ainda divulgaram seus dois telefones na mesma mensagem e informaram o bairro 
onde ela mora.

Depois disso, a balconista já recebeu mais de 200 ligações. Inclusive  durante esta entrevista uma pessoa
 desconhecida ligou para ela. Juliana já cancelou o número do WhatsApp porque estava recebendo centenas de
 mensagens.

Medo

Fora o transtorno e a difamação, Juliana vive com medo de andar pelas ruas e sofrer um  eventual atentado por
 parte de pessoas que acreditem na mensagem falsa. "Fico com medo de sair. Volto do trabalho às 10h da noite e
 estou assustada", declara inconformada com a situação.

Um dia após descobrir as falsas informações, Juliana foi até a 10ª Delegacia Territorial (em Pau da Lima) para
 comunicar o fato à polícia. Mas foi orientada pelos policiais de plantão a procurar uma unidade especializada.

Nesta sexta-feira, 15, ela irá até o Grupo Especializado de Repressão a Crimes por Meios Eletrônicos (GME),
 localizado na  Polinter, nos Barris, para registrar um boletim de ocorrência (BO) contra o crime.

Orientação

O coordenador do Grupo Especializado de Repressão a Crimes por Meios Eletrônicos, delegado Charles Leão, 
explica que Juliana das Virgens foi vítima de um crime de injúria. Ele orienta que pessoas vítimas desses crimes
 por meio da internet ou por outros meios eletrônicos devem coletar algum indício que comprove o delito.

Se for em computador ou celular, a vítima deve fazer um print screen (foto) da tela. "A partir daí, a delegacia vai
 contatar o WhatsApp, Facebook ou o site que seja, para saber quem está propagando a mensagem", explica
 Charles Leão.

O delegado complementa informando que o novo Marco Civil da Internet obriga os sites, mesmo sediados fora do
 país, a fornecerem informações de registro de conexão para fins de investigação, sob pena de serem retirados do 
ar.

Cogitações

A balconista acredita que o autor do crime a conhece, pois foi usada a foto do perfil dela do WhatsApp e
 divulgados os números de seus telefones. "As pessoas com quem me relacionei são sérias. Não tenho um 
suspeito em especial, mas deve ser algum ex-namorado ou a namorada de um ex",  arrisca.

Ela tem dois filhos, que também estão sofrendo. "Um vizinho perguntou ao meu filho de 12 anos se eu estava
 com Aids. Aí, ele teve que explicar toda a história para a pessoa", disse.

Em maio passado, uma dona de casa foi linchada em São Paulo ao ser confundida com uma mulher que realizava
 rituais de 'magia negra' com crianças. Um retrato falado da suspeita foi publicado no Facebook,

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